sábado, 19 de fevereiro de 2011

Hibernação de ursos....pode ajudar em expedições espaciais


A cada inverno, os ursos buscam um lugar em uma gruta que esteja bem protegida pelo frio, e iniciam um processo chamado hibernação. Até hoje ninguém realmente sabia o que acontecia com eles, este gesto permanecia como um dos processos mais misteriosos da natureza, pois desconhecemos o mecanismo que lhes permite permanecer durante todo um inverno sem comer, beber, urinar nem defecar, e sair de sua caverna seis ou sete meses depois com suas funções vitais intactas e com apenas alguns quilos de menos. O que acontece com o corpo dos ursos para que sobrevivam?

A resposta apareceu ontem na revista Science, no primeiro estudo em profundidade realizado sobre os ursos negros. As descobertas poderiam ajudar os cientistas a avançar em criar a animação suspensa, tão necessária para que os humanos "hibernem" durante longas viagens espaciais. Isso, sem necessidade de estarem congelados, como a ficção científica nos fez crer em alguns casos.
Em princípio, os ursos foram capturados no Alaska por andar vagueando muito próximo das casas. Logo os pesquisadores decidiram monitorá-los, instalando transmissores de rádio nos ursos para seguir as mudanças em sua temperatura, atividade muscular e pulso. Os cientistas também armaram ninhos artificiais, onde os ursos poderiam começar seu processo de hibernação sob a vigilância de câmeras infravermelhas e detectores de oxigênio e dióxido de carbono.As observações surpreenderam os pesquisadores: ainda que a temperatura do corpo dos ursos só baixa moderadamente durante a hibernação, a atividade metabólica cai dramaticamente a 25% de seus níveis normais. Até agora, os biólogos sabiam que o metabolismo baixava à metade por cada decréscimo de 10ºC da temperatura corporal. Nos ursos, o decréscimo não foi tão dramática.
A temperatura de seus corpos baixou até ao redor dos 30ºC (desde os 38ºC habituais), no entanto, seu consumo de oxigênio e produção de dióxido de carbono sugeria que seu metabolismo tinha baixado a 25% do normal. O mais surpreendente foi o padrão de batidas do coração:
"Os ursos normalmente durante a hibernação respiram fundo e exalam, e quando o fazem, seu coração para, e não volta a bater de novo em 10, 15 até 20 segundos", diz Brian Barnes, do Instituto de Biologia Ártica.
 "Continham a respiração ao redor de um minuto, e só quando respiravam de novo, o coração iniciava outra vez. É uma forma alternativa de ser muito econômico, que não sabíamos que fosse possível, sobretudo em animais grandes", disse Barnes, responsável pelo estudo.Também foi surpreendente que os ursos mantivessem seu baixo metabolismo por até três semanas após ter terminado a hibernação. Os animais concluíram o processo em bom estado físico, sem perda muscular, e continuaram com suas rotinas cotidianas ainda com o metabolismo mais lento que o normal.
A descoberta poderia ajudar em campos como a medicina, para reduzir o metabolismo em casos de emergência. Também poderia servir para induzir uma hibernação em humanos, que poderia possibilitar longas viagens espaciais.
 "Simplesmente temos que aprender como acender e apagar as coisas para induzir estados que tirem vantagem de diferentes níveis de hibernação", conclui Barnes.






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